No dia 11 de agosto de 2016
aconteceu a culminância dos Projetos TAL (Tempos de Arte Literária), FACE
(Festival Anual da Canção Estudantil),
AVE (Artes Visuais Estudantis) e OLP (Olimpíada de Língua Portuguesa), na
Escola Estadual Eduardo Spínola, com os alunos do 6º ao 9º ano do Ensino
Fundamental, sob a coordenação das professoras Ivoneide Oliveira, Gilcácia
Santana, Marise Guedes, Raimunda Correia e o apoio musical do professor Odilon
Mesquita.
Foram apresentados gêneros
textuais como, poemas, memórias literárias, crônicas, músicas e pinturas para serem apreciados e avaliados pelo corpo de jurado,
composto pela professora Marisete Kruschewsky (Projeto Gestar), Felippe Alves
(professor de Educação Física), Laura Nunes (professora de dança) e Mariane
Guedes (representante do Coral da Uesc).
Depois da análise de vários
textos admiráveis, foram escolhidos assim: no gênero crônica para representar a escola no Tal na etapa
regional, Tão longe e tão perto, da
aluna Natália Barbosa (9º ano); no gênero
poema, para a OLP, Da roça, sim senhor, do aluno Luís Felipe (6º ano) e, no gênero memórias
literárias, o texto A inesquecível
micareta, da aluna Ana Luiza França
(8º ano), e do gênero crônica, para o
mesmo projeto, O recomeço, de Emanuel Davi (9º ano); para o FACE, a música Realidade, de Vitória
Pimenta (9º ano), que se rejeitou fazer as gravações necessárias e, para as próximas etapas segue o segundo
lugar, de Otávio Souza (8º ano), o
rap Brasil; do AVE, a pintura em tela Eu, a paz e a natureza, do aluno Cleyton Ferreira (9º ano).
Durante a exposição dos textos
foram intercaladas dramatizações de crônicas de autores conhecidos, de renome
nacional, que fazem parte do Projeto de Leitura .
Sendo assim, os textos
selecionados seguirão as etapas subsequentes e, a seguir, eles serão
publicados.
Agradecimentos aos participantes
e a todos, que contribuíram de alguma maneira para o sucesso do evento.
Da roça, sim senhor (Luis Felipe/ 6ºano/poema OLP)
A
planta juçara dá nome
À
região em que resido
É
alta palmeira
Onde
se extrai o palmito
O
verde estampado
É
a cor predominante
No
ribeirão , água transparente
Geladinha,
congelante
No
meio das árvores
Frutas estão escondidas:
Cajás,
mangas, laranjas
Prontas
para serem comidas
Tem
vários animais:
Pato,
pintinho, peru, pavão
Todos
dormem cedo
Com
medo da escuridão
Abro
a minha janela
E
vejo essa vida natural
Percebo
como sou feliz
Solto como um pardal
Acordo
bem cedinho
O
galo é o despertador
De
bobo não tenho nada
Sou
feliz onde estou
Sob a orientação da professora Ivoneide
Barbosa
A inesquecível
micareta (Ana Luiza França/8°ano/memórias literárias OLP)
A micareta tinha os trios
Tapajós, Estrelas e Novos Bárbaros. Eu participei da Escola de Samba Acrísio.
Eu estava com várias meninas que participavam da escola de samba. Todos
sambavam, a minha roupa era azul com várias lantejoulas prateadas com um enorme
enfeite de isopor na cabeça e, mais detalhes de pedaços de espelho, lantejoulas
e fitas de cor de prata.
Essa micareta foi muito
importante para mim, porque não foram trios, foram tradições que eram blocos,
festa no Clube dos Comerciários e vieram várias bandas com vários cantores.
Nesse tempo que havia essas festas, as pessoas respeitavam uns aos outros e sabiam quando iam e quando
voltavam, porque não existiam esses jovens de cabeças vazias, pois os pais
sabiam dizer quando era a hora de ir e de voltar, e os filhos obedeciam.
A escola de samba tinha várias
pessoas que só podiam ir com a ordem dos
pais, porque senão, não participavam. Nós ensaiávamos em frente à casa do dono
da escola de samba, que era em frente ao Clube dos Comerciários.
Nesse tempo era maravilhoso
participar de qualquer festa e atrações. As ruas eram enfeitadas com vários
detalhes e, nos portões, as pessoas colocavam as caixas de som que vinham de
outra de outra cidade, o chamado King Som. As ruas eram pintadas, havia muitas
barracas com frutas, doces, bebidas e outras com brinquedos, maçãs do amor,
máscaras.
Os trios saiam da Casa Branca,
que era o Hotel Tropical. A dona desse hotel era Sônia Cunha e seu esposo,
Joilson Filadelfo, o presidente do Clube dos Comerciários.
Os trios iam passando pelas ruas
principais, a Avenida São Vicente de Paula e, em seguida, parava na Praça
Henrique Sampaio. Quando passavam pelas ruas da cidade, arrastava muitos
foliões e a alegria das pessoas também era vista nas janelas e nas varandas. Na
Praça Henrique Sampaio, muitos se arriscavam em cima das árvores, para poder
ver melhor as atrações que não eram poucas. No primeiro andar das Casas
Pernambucanas, as pessoas ficavam olhando e fotografando blocos e os trios.
A micareta era muito animada!
Para que as bandas se apresentassem, colocavam um grande palanque na Praça
Henrique Sampaio. Nele também ficavam o prefeito e os vereadores, eles davam a
nota de qual era a melhor.
Como poderia me esquecer da
Escola Vai e Vem?! Essa era da finada Dona Preta, irmã do finado Acrísio. Eu
também queria participar da Escola Vai e Vem, mas já tinha sido convidada para
a do Acrísio, não dava para recusar.
Durante a abertura dos festejos,
o rei ficava no trio para receber a chave que abria e fechava a cidade. Todo
ano mudava de rei. Ao receber a chave, o rei participava dos quatro dias de
festejo da micareta e só retornava no próximo ano para entregar a chave ao
próximo rei.
As músicas da época foram muito
marcantes, eram da Sara Jane, “Abre a rodinha”, no trio Tapajós. O trio de Iemanjá vinha de Ilhéus e tocava
várias músicas. Simone Moreno cantava no trio Novos Bárbaros. Mas a que eu
gostava era mesmo da Sara Jane, “Abre a rodinha”, que fez um grande sucesso. Eu
tenho muitas lembranças boas quando ouço tocar algumas músicas dela, da Simone
Moreno e do Luiz Caldas.
Ah! Aqui em Ibicaraí também tinha
um trio que era de um grande amigo do meu pai, o irmão de Eraldo e de Rubens,
que trabalha na SAAE. Esse trio não tinha cantores, só tinha instrumentos que
os componentes tocavam: o tambor, a zabumba, a sanfona e outros. Das suas
caixinhas, saía um som muito bom que dava gosto de pular arás do trio, porque
“atrás do trio, só não vai quem já morreu”!
Sob a orientação da professora Marise Guedes
Dia ensolarado. Quarta-feira.
1976. Nessa bela tarde, várias pessoas se encontravam nas ruas de Ibicaraí.
Conversavam sobre suas vidas, trabalho, filhos. Enquanto outros se dedicavam em
conversas sobre a vida de outras pessoas.
Era uma casa de cor branca,
portas verdes e um telhado meio velho. Nela morava uma senhora de cabelos
grisalhos, envelhecidos pelo passar dos anos, sua pele era branca e enrugada,
os olhos castanhos. Ela se encontrava deitada no sofá da sua sala, sonolenta,
quase dormindo, quando de repente, levantou seu olhar sobre a estante onde
estava um copo d’água. Anda em direção ao copo e, ao pegá-lo, ouve o som do
espelho do seu quarto estilhaçar ao cair no chão. Ela corre com uma pequena
dificuldade até a porta que se encontrava fechada e ao abri-la, vê todos os seus vizinhos do lado
de fora de suas casas apavorados por também sentirem o tremor.
Anda poucos metros. Um tremor
quatro vezes mais forte do que ela. Havia sentido estremecer o chão de tal
forma que derrubou a pobre idosa no chão, deixando cair também o copo de água.
Todos começaram a correr desesperadamente enquanto aquela senhora, ainda caída,
corre o seu olhar na casa à sua volta, caindo aos pedaços. Seus olhos se
arregalaram e uma lágrima escorreu às suas bochechas enrugadas ao ver sua
humilde residência desmoronar.
De repente, um homem pardo, de
físico forte, olhos castanhos e cabelos pretos puxa a senhora pelo braço,
evitando que a parede caísse sobre ela. Com uma voz trêmula e calma ela diz:
“Obrigada” e coloca a sua mão sobre a bochecha do rapaz. Continua falando: “Se
não fosse por você, não sei o que seria de mim”.
Ele deu apenas um leve sorriso,
mas nada disse.
A senhora, se apoiando em um dos
ombros do rapaz, começou a caminhar lentamente no meio da rua. O ar estava
difícil de respirar, pois uma enorme
onda de poeira cobria o céu de Ibicaraí, naquela tarde.
Andaram um pouco. A senhora
tropeça numa pedra, torce o tornozelo, chora e geme de dor. O homem começa a
gritar e pede por socorro, mas ninguém aparece.
Ele pega a senhora nos braços e
começa a andar rápido, na esperança de não ocorrer outro terremoto ainda pior.
Seus olhos já cansados avistam dois faróis de uma ambulância que, aos
poucos, ia se aproximando. Socorristas descem da ambulância. Um deles pega a
senhora quase desmaiada e coloca na maca. Aí eles deram os primeiros socorros e
partiram para o hospital. O anjo que ajudara aquela senhora ficou para trás,
para ajudar outras pessoas.
Sob a orientação da professora Marise Guedes
Tão perto e tão longe
(Natália Barbosa/9°ano/crônica TAL)
A grande vantagem de morar em uma
cidade tão pequena como Ibicaraí, deveria ser a proximidade das casas dos
amigos. Claro que seria uma grande vantagem se não existissem as redes sociais,
que também deveriam ter muitas vantagens, se não deixassem a vantagem de morar
em uma cidade pequena de lado. Do mesmo modo que estou quase fazendo com o
tema.
Quantos quilômetros têm da minha
casa até a casa dos meus amigos? Um quilômetro ou menos provavelmente, o
incrível é que estamos quase quatro semanas sem nos falarmos pessoalmente, é
uma grande vergonha, eu sei, uma boa pergunta seria: Como? Afinal não dá para
contar todos os “babados” pelo Whatsapp, ninguém sorrir com “kkk” ou
“ashuashu”, fora que não é muito agradável digitar no teclado touch screen.
Pensei em uma solução lógica para
isso, mandarei um carro de som anunciar, vou colocar ou outdoor perto de suas
casas, para que todos meus amigos possam ver a seguinte frase: “Migox”, vamos
comer, eu pago!
Saiam do Whatsapp, afinal, quem
nega comida?
Sob a orientação da professora Gilcácia Santana
Victória Pimenta/1°lugar/música Realidade/FACE |
Victória Oliveira/música O jovem/participante do FACE |
Gabriel Santos/2°lugar/música Na humilde/FACE |
Cleyton Ferreira/ pintura em tela Eu, a paz e a natureza/AVE |
Por Ivoneide Barbosa-professora
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